Óscar Lopes, que hoje morreu na sua casa no Porto, aos 95 anos, entrou para o Partido Comunista Português em 1945, e foi membro do Comité Central de 1976 a 1996..Nascido em Leça da Palmeira, a 02 de outubro de 1917, o ensaísta e crítico foi professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, depois do 25 de Abril de 1974, por motivos políticos..Entre os títulos de sua autoria, conta-se a "História da Literatura Portuguesa", em conjunto com António José Saraiva, cuja primeira edição data de 1955, e que já leva dezassete edições..Numa nota, o PCP lembra o homem "atento aos problemas do país e do povo português" e a "intensa atividade política" de Óscar Lopes. Recorda ainda que Óscar Lopes foi candidato do partido à Assembleia da República, nas listas da FEPU, APU e CDU e que foi deputado na Assembleia Municipal do Porto..Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), Movimento de Unidade Democrática (MUD), Movimento Nacional Democrático (MND), Comissão Democrática Eleitoral (CDE) e Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos foram algumas das organizações a que Óscar Lopes pertenceu..Foi ainda preso duas vezes pela PIDE, a polícia política da ditadura, a primeira das quais em 1955, no processo dos Partidários da Paz..Óscar Lopes prefaciou obras de Jorge Amado, Guimarães Rosa, Urbano Tavares Rodrigues, Eugénio de Andrade e Manuel Tiago, pseudónimo de Álvaro Cunhal com que assinou "Até amanhã, camaradas"..O historiador foi presidente da Associação Portuguesa de Escritores, dirigiu a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e foi fundador da Universidade Popular do Porto..O corpo do ensaísta encontra-se na Associação de Jornalistas e Homens de Letras, de onde o funeral sairá, no sábado, às 15:30, para o crematório de Matosinhos..A sua extensa bibliografia inclui dezenas de ensaios, estudos e críticas sobre literatura, linguística e cultura portuguesas.